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A teoria das inteligências múltiplas

Os testes de inteligência surgiram na China, no século V, e começaram a ser usados cientificamente na França no século XX.

Em 1905, Alfred Binet e Theodore Simon criaram a Escala de Binet-Simon, usada para identificar estudantes que pudessem precisar de ajuda extra na sua aprendizagem escolar. Os autores da escala assumiram que os baixos resultados nos testes indicavam uma necessidade para uma maior intervenção dos professores no ensino destes alunos e não necessariamente que estes tivessem inabilidade de aprendizagem.

Em 1912, Wilhelm Stern propôs o termo “QI” (quociente de inteligência) para representar o nível mental, e introduziu os termos “idade mental” e “idade cronológica”.

Contudo, foi com a Teoria das Inteligências Múltiplas, desenvolvida por Howard Gardner (1985), que surgiu como uma alternativa para o conceito de inteligência como uma capacidade inata, geral e única que permite aos indivíduos um desempenho, maior ou menor, em qualquer área de atuação.

Inteligências Múltiplas é uma teoria desenvolvida a partir dos anos 80 por uma equipe de pesquisadores da universidade de Harvard, liderada pelo psicólogo Howard Gardner, que inicialmente identificou sete tipos de inteligência que proporcionou grande impacto na educação no inicio dos anos 90. As inteligências múltiplas de Howard Gardner são classificadas em: Inteligência Lógico-Matemática; Inteligência Linguística; Inteligência Espacial; Inteligência Musical; Inteligência Física-Cinestésica = Corporal; Inteligência Interpessoal e a  Inteligência Intrapessoal.

  1. Lógico-Matemática (Abstrata)

Capacidade de analisar problemas, operações matemáticas e questões científicas. É a mais associada com a idéia tradicional de inteligência (Matemáticos, engenheiros, cientistas, físicos).

Os componentes centrais desta inteligência são descritos por Gardner como uma sensibilidade para padrões, ordem e sistematização. É a habilidade para explorar relações, categorias e padrões, através da manipulação de objetos ou símbolos, e para experimentar de forma controlada; é a habilidade para lidar com séries de raciocínios, para reconhecer problemas e resolvê-los.

  1. Linguística (Abstrata)

Habilidade para lidar com palavras de maneira criativa e de se expressar de maneira clara e objetiva. É a inteligência da fala e da comunicação verbal e escrita e não tem relação com a cultura da pessoa. Sensibilidade para a língua escrita e falada (Oradores, escritores, poetas, jornalistas e publicitários).

Os componentes centrais da inteligência linguística são uma sensibilidade para os sons, ritmos e significados das palavras, além de uma especial percepção das diferentes funções da linguagem. É a habilidade para usar a linguagem para convencer, agradar, estimular ou transmitir idéias.

  1. Espacial (Concreta)

Capacidade de compreender o mundo visual de modo minucioso. Capacidade de reproduzir, pelo desenho, situações reais ou mentais, de organizar elementos visuais de forma harmônica; de situar-se e localizar-se no espaço. Permite formar um modelo mental preciso de uma situação espacial, utilizando-o para fins práticos (Orientação/disposição). Capacidade de transportar-se mentalmente a um espaço (Arquitetos, desenhistas, escultores, artistas plásticos, ilustradores, navegadores e pilotos).

Gardner descreve a inteligência espacial como a capacidade para perceber o mundo visual e espacial de forma precisa.

  1. Musical (Abstrata)

Habilidade para tocar, compor e apreciar padrões musicais. Capacidade de entender a linguagem sonora e de se expressar por meio dela. Permite organizar elementos sonoros de forma criativa e independe de aprendizado formal. É a mais associada com a idéia de talento. (Músicos, compositores e dançarinos).

Para Gardner, inclui discriminação de sons, habilidade para perceber temas musicais, sensibilidade para ritmos, texturas e timbre, e habilidade para produzir e/ou reproduzir música.

  1. Físico-Cinestésica = Corporal (Concreta)

Potencial de usar o corpo para dança, esportes. Capacidade de utilizar o próprio corpo para expressar idéias e sentimentos. Facilidade de usar as mãos. Incluem habilidades como coordenação, equilíbrio, flexibilidade, força, velocidade e destreza (Mímicos, dançarinos, desportistas, mágicos e malabaristas).

Esta inteligência se refere à habilidade para resolver problemas ou criar produtos através do uso de parte ou de todo o corpo. É a habilidade para usar a coordenação grossa ou fina em esportes, artes cênicas ou plásticas no controle dos movimentos do corpo e na manipulação de objetos com destreza.

  1. Interpessoal (Social)

Habilidade de entender as intenções, motivações e desejos dos outros. Capacidade de compreender as pessoas e de interagir bem com os outros, o que significa ter sensibilidade para o sentido de expressões faciais, voz, gestos e posturas de habilidade para responder de forma adequada às situações interpessoais (Terapeutas, políticos, religiosos, professores e animadores de espetáculos).

Para Gardner, esta inteligência pode ser descrita como uma habilidade para entender e responder adequadamente a humores, temperamentos motivações e desejos de outras pessoas.

  1. Intrapessoal (Social)

Capacidade de se conhecer. De estar bem consigo mesmo, de administrar os próprios sentimentos a favor de seus projetos. Inclui disciplina, auto-estima e auto-aceitação podemos citar os escritores, psicoterapeutas e conselheiros. Esse tipo de inteligência é  importante para todas as profissões.

Esta inteligência é o correlativo interno da inteligência interpessoal, isto é, a habilidade para ter acesso aos próprios sentimentos, sonhos e idéias, para discriminá-los e lançar mão deles na solução de problemas pessoais. É o reconhecimento de habilidades, necessidades, desejos e inteligências próprias, a capacidade para formular uma imagem precisa de si própria e a habilidade para usar essa imagem para funcionar de forma efetiva.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Portanto, em relação a essa explanação sobre inteligências múltiplas, trabalho desenvolvido por Gardner, dito no inicio desta pesquisa, se pode concluir que as pessoas possuem inteligências em diferentes graus de desenvolvimento. Isto significa dizer que ninguém recebeu dádivas especiais e exclusivas. Não existem homens e mulheres com perfil psicológico melhor ou pior. Os seres humanos devem individuar-se em busca de uma singularidade como diferenciação do coletivo para o bem de todos. Deste modo, filosofa Jung, o que nos falta é treino, ou, aprender a aprender e completa dizendo que: “quem olha para fora sonha, quem olha para dentro desperta”.

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